O tratamento com o PrEP e PEP vira protagonista no mês de luta contra o HIV

O uso das medicações ganha maior visibilidade nas campanhas de combate a doença

Por Romulo Bonfim

A conscientização e o combate contra o vírus do HIV são comemorados, anualmente, no mês de dezembro. Esse é um período em que os órgãos públicos e as entidades que trabalham para a erradicação do vírus, divulgam as novidades do combate à doença. A PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e a PEP (Pós-exposição), se mostram como uma estratégia eficaz para o controle de novas infecções.

Utilizado desde 2017 no Brasil, a medicação apresenta alguns resultados animadores. Segundo dados obtidos pela Unaids, 2.750 pessoas iniciaram o tratamento no país, até agosto de 2024. Já a cidade de São Paulo concentra um terço dos paulistanos que utilizam a medicação.

Para o professor de Educação Física, Aerlon Bezerra, que realiza o tratamento há pouco mais de dois anos, iniciar a terapia não foi uma tarefa difícil. Para ele, saber como a PrEP funciona foi importante na decisão.

“Para me proteger eu precisaria estar nessa terapia medicamentosa. A partir do momento que entendi como funcionava a PrEP, tive a iniciativa de começar a tomar”, declara o professor.

Espaços alternativos para a prevenção

A capital paulista disponibiliza diversos locais alternativos e com horários flexíveis para quem deseja iniciar o tratamento. A Estação Prevenção Jorge Beloqui, inaugurada há mais de um ano, na estação República de Metrô, oferta além da PrEP e PEP, testagem, diagnóstico e início da terapia antirretroviral.

O coordenador municipal de prevenção da coordenadoria de IST/AIDS, da cidade de São Paulo, Adriano Queiroz, afirma que a terapia apresenta resultados otimistas para a diminuição de transmissão no município.

“Se a gente pegar, por exemplo, o uso da camisinha. Ele é irregular, as pessoas não usam em todas as relações. O que diminuiu o número de infecções é o tratamento com a PrEP. A cidade saiu de 3.761 de novas infecções em 2016 para 1705 em 2023”, enfatiza Adriano.

Locais de atendimento disponíveis

Adultos e adolescentes, a partir dos 15 anos, podem iniciar o protocolo de prevenção em um dos 17 SAEs (Serviço de Atendimento Especializado) espalhados pela capital. A medicação é totalmente gratuita e pode ser administrada diariamente, ou antes, e após a relação sexual.

O sanitarista Renan Valiati, trabalha em uma dessas unidades, entende que o país se mantém forte no combate à doença. Porém, o preconceito segue como um dos maiores desafios do poder público.

“Além da limitação das pessoas buscarem ou manterem o tratamento, o preconceito sem dúvida é a maior mazela que os profissionais e a sociedade enfrentam, relacionados ao HIV. Isso tem um nome, ‘Sorofobia’ ”.

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