Jardim Reimberg sofre com terreno abandonado

Bairro da zona sul enfrenta problemas como pragas e insegurança, advindos deste terreno baldio.

FOTO DE HIGOR DEL CARMO

De acordo com dados levantados pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Amlurb em 2018, na capital existem 2.823 terrenos baldios que há anos estão sem nenhuma manutenção. No Jardim Reimberg, distrito da Subprefeitura da Capela do Socorro, os moradores do entorno reclamam de um terreno que está abandonado há mais de 15 anos, na Rua Pastoral. O terreno está com um baita matagal, com bastante lixo e entulho acumulado pelos próprios moradores. A área onde está localizado este terreno também sofre com a falta de iluminação, o que facilita os assaltos na região.
Além de todos estes problemas, a falta de supervisão facilita as invasões e apropriações do terreno, como denuncia Angelina Francisca da Rosa. A aposentada de 80 anos mora em frente ao terreno há mais de 50 anos e declara que poucas vezes viu o mesmo ser cuidado pelo poder público.
“Eu gostaria que o prefeito limpasse este terreno aí porque ele dá muito problema, olha como dá tanto mato aí. E se eles fizessem um CEU, uma escola pras crianças que precisam, um hospital, né? A gente, que é morador, ia ficar contente. Eu estou com mais de 50 anos que moro aqui, já vi [o terreno] ser invadido, Deusa ajudou que tiraram essa invasão, tiraram com a polícia. Mas agora ficou esse matagal e devia tirar isso aí, limpar, para dar mais uma aparência para o lugar onde a gente mora, né? A gente gostaria de morar num bairro mais ‘limpinho’.”

FOTO DE HIGOR DEL CARMO

A aposentada relembra que no terreno em questão antes havia um córrego, mas que foi limpo e fechado pelas autoridades de saúde, graças a conversas e mediações com a Subprefeitura. Ela também denuncia que o local é muito utilizado pela bandidagem local para esconder drogas e objetos roubados.
O descarte inadequado de lixo pode se transformar em um problema de saúde pública, principalmente nesta época do verão em que há aumento das chuvas. Com o acúmulo de lixo causado pelos próprios moradores do entorno, houve crescimento no número de pragas, como ratos e baratas, invadindo as casas mais próximas. A atendente Irma Lima, de 46 anos, faz um pedido a prefeitura que limpe ou construa muros que evitem o descarte irregular de lixo no terreno em questão.
“Esse terreno é um descaso na verdade, com os moradores jogando entulho. Aí tem rato, tem barata que vem pras nossas casas. Então a gente pede para a Prefeitura vir limpar ou ‘murar’. Mas aí não atendem a gente, né? Já faz muitos anos, já. Uns 15 anos que este terreno é assim. Morava alguém, mas parece que iam usar para fazer uma creche ou escola. Sempre é projeto, mas nunca sai do papel.”

FOTO DE HIGOR DEL CARMO

Na mesma rua, próximo a garagem dos ônibus da Viação Grajaú, existem mais dois terrenos baldios, mas que não sofrem do mesmo problema, pois foram construídos muros acerca do terreno. Além disso, houve a plantação de pequenos hortas, o que dificulta o descarte de lixo, pois os moradores criaram a consciência de não descartar ali.

Contudo, O descarte de lixos/entulhos irregular é crime, com multas que variam de R$ 790,18 (até 50 kg) e R$ 15.520,00 (acima de 50 kg). A denúncia pode ser realizada por meio do serviço 156 da Prefeitura de São Paulo, pelo telefone, site da prefeitura ou pelo aplicativo Limpe Já.
A Central de Notícias fez contato com a Subprefeitura da Capela do Socorro para tentar obter respostas sobre futuros projetos para este terreno, mas não obteve respostas.

FOTO DE HIGOR DEL CARMO

ECOPONTOS

Uma das possíveis soluções para este terreno seria torná-lo em um Ecoponto, que são locais de entrega voluntária de resíduos, como sofás, madeiras, podas de árvore, restos de materiais de construção, além de materiais recicláveis (vidros, metais, plásticos e papéis).
São mais de 120 ecopontos espalhados pela cidade, sendo 25 na zona sul e somente um na região da Capela do Socorro. Trata-se do ‘Ecoponto Saudável’, inaugurado no segundo bimestre de 2013 e fica situado na Rua Pitolomeu, número 869. A distância entre o terreno baldio da Rua Pastoral para este ecoponto é de uma hora, tomando os ônibus do estacionamento mais próximo.
Os ecopontos funcionam de segunda a sábado, das 6h às 22h, e aos domingos e feriados, das 6h às 18h. Não é necessário pagar nada para realizar o descarte correto.

REPORTAGEM POR HIGOR DEL CARMO

Este projeto foi realizado com o apoio da 5ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo

Informativo: Jardim Reimberg sofre com terreno abandonado

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